Uma
jornada de luta!
Dia 10 de setembro é a data marcada para o retorno às
atividades normais do IFRO em Porto Velho. Faltando três dias para completar
três meses de greve, os servidores que participaram do movimento retornam de
cabeça erguida e com a sensação do dever cumprido por terem tido a coragem de
lutar por melhorias em suas carreiras e para educação no nosso país.
Muitos foram os desafios
enfrentados por quem esteve no movimento, não foi nada fácil essa jornada. Quem
não se lembra das interferências em assembleias? Do conselho tutelar? Das proibições
de permanência em nosso ambiente de trabalho? Da proibição de utilização de
recursos básicos, como energia elétrica? Das acusações injustas de atos de
vandalismo que foram repudiadas pela Seção Porto Velho? Das ameaças de corte de
ponto? Dos dias de chuva? Dos dias de calor intenso e da poeira?
Independente de todas as
dificuldades, muitos foram os momentos de harmonia e integração. Coisas boas
aconteceram e nesse período formamos uma grande e verdadeira família. Tivemos a
oportunidade de nos confraternizarmos, nos conhecer melhor, discutir melhorias
para nossas vidas dentro da instituição como a aprovação da minuta das 30hs
semanais e o plano de carreira almejado. Todos os que participaram da greve com
certeza guardarão na memória lembranças que deixarão marcas em suas vidas, da
vivência de luta e da participação de um momento histórico da educação e do
IFRO.
Outro ponto positivo foi o estreitamento
e o laço de amizade entre IFRO e UNIR, onde unificamos nosso comando de greve e
percebemos que as dificuldades encontradas em nossas instituições são muito
parecidas e em muitas situações são as mesmas, como a carreira dos
profissionais Docentes e Técnicos e os problemas e Infraestrutura.
O reconhecimento do SINASEFE Seção
Porto Velho como sindicato de luta, forte e autônomo tem sido de vital importância
nesse primeiro ano de existência se fez sentir pela sociedade, pela imprensa
local e pelos movimentos sociais parceiros. O SINASEFE esteve presente nas
reuniões da greve geral dos servidores públicos e deu sua contribuição na
organização e participação de atos a favor dos servidores, com a participação
da nossa Seção irmã SINASEFE Ji-Paraná.
As reivindicações dos técnicos
administrativos requeridas não foram atendidas por completo, ficaram abaixo das
expectativas dos trabalhadores que lutaram por três meses, visto que o reajuste
de 5% anual durante três anos não é sequer capaz de corrigir o percentual de
inflação de cada ano, sendo a maior conquista desse acordo referente aos TAE a
possibilidade de ascensão ao percentual de doutorado a todas as classes e o
aumento do percentual de graduação para 20% e pós-graduação 30%.
E o que falar do acordo de
gabinete do Governo com o próprio Governo (PROIFES), Sindicato pelego e sem
representatividade nacional? Esse acordo revelou falta de respeito aos
trabalhadores à própria educação por parte da liderança política brasileira.
Os estudantes em todo o Brasil
apoiaram a luta dos trabalhadores da educação, pois também possuem a consciência
dessa luta como sua, sentem na pele a falta de investimento, acompanham e
admiram a luta de seus professores. Em Porto Velho os estudantes do IFRO e da
UNIR também fizeram manifestação em apoio aos trabalhadores da educação e
cobraram melhorias em ambas as instituições, como espaço físico adequado para a
prática da educação física, acervo bibliográfico, mais recurso para a pesquisa,
entre outros pontos importantes para suas vidas escolares e acadêmicas.
Não há como fechar os olhos para
o que está acontecendo com a educação do nosso país, com o processo de
desertificação de docentes, cada vez menos professores são formados para o
mercado de trabalho, pois a carreira docente há muito já não atraente
financeiramente.
Não queremos que o destino dos Institutos
Federais e das Universidades seja a mecânica de funcionamento PRONATEC em
respeito a contratação de professores ou a privatização do ensino superior,
onde o jovem que queira uma profissão tenha que pagar ao governo por muitos
anos depois de formados, como o que acontece no Chile, por exemplo.
Qual é a intenção do governo ao fechar
os olhos para tão obvia e alarmante situação? O Brasil está perdendo seus
professores que deixam de entrar na universidade e os que estão mudando de profissão,
devido à necessidade de salário digno.
Fica aqui a reflexão do SINASEFE
Seção Porto Velho, que deixa claro que sempre que houver injustiça contra seus
filiados, contra nossos alunos, contra a educação e contra sua autonomia, não se
calará.
O SINASEFE acredita na Educação
enquanto relação capaz de emancipação, enquanto instrumento para a
transformação dos homens e do mundo, por isso, não fugirá à luta.
Obrigado a todos que estiveram
conosco e que nos apoiaram direta ou indiretamente nessa jornada.
Um grande abraço do SINASEFE
Seção Sindical Porto Velho.
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