domingo, 9 de setembro de 2012


Uma jornada de luta!
Dia 10 de setembro é a data marcada para o retorno às atividades normais do IFRO em Porto Velho. Faltando três dias para completar três meses de greve, os servidores que participaram do movimento retornam de cabeça erguida e com a sensação do dever cumprido por terem tido a coragem de lutar por melhorias em suas carreiras e para educação no nosso país.

Muitos foram os desafios enfrentados por quem esteve no movimento, não foi nada fácil essa jornada. Quem não se lembra das interferências em assembleias? Do conselho tutelar? Das proibições de permanência em nosso ambiente de trabalho? Da proibição de utilização de recursos básicos, como energia elétrica? Das acusações injustas de atos de vandalismo que foram repudiadas pela Seção Porto Velho? Das ameaças de corte de ponto? Dos dias de chuva? Dos dias de calor intenso e da poeira?
Independente de todas as dificuldades, muitos foram os momentos de harmonia e integração. Coisas boas aconteceram e nesse período formamos uma grande e verdadeira família. Tivemos a oportunidade de nos confraternizarmos, nos conhecer melhor, discutir melhorias para nossas vidas dentro da instituição como a aprovação da minuta das 30hs semanais e o plano de carreira almejado. Todos os que participaram da greve com certeza guardarão na memória lembranças que deixarão marcas em suas vidas, da vivência de luta e da participação de um momento histórico da educação e do IFRO.



Outro ponto positivo foi o estreitamento e o laço de amizade entre IFRO e UNIR, onde unificamos nosso comando de greve e percebemos que as dificuldades encontradas em nossas instituições são muito parecidas e em muitas situações são as mesmas, como a carreira dos profissionais Docentes e Técnicos e os problemas e Infraestrutura.

O reconhecimento do SINASEFE Seção Porto Velho como sindicato de luta, forte e autônomo tem sido de vital importância nesse primeiro ano de existência se fez sentir pela sociedade, pela imprensa local e pelos movimentos sociais parceiros. O SINASEFE esteve presente nas reuniões da greve geral dos servidores públicos e deu sua contribuição na organização e participação de atos a favor dos servidores, com a participação da nossa Seção irmã SINASEFE Ji-Paraná.
As reivindicações dos técnicos administrativos requeridas não foram atendidas por completo, ficaram abaixo das expectativas dos trabalhadores que lutaram por três meses, visto que o reajuste de 5% anual durante três anos não é sequer capaz de corrigir o percentual de inflação de cada ano, sendo a maior conquista desse acordo referente aos TAE a possibilidade de ascensão ao percentual de doutorado a todas as classes e o aumento do percentual de graduação para 20% e pós-graduação 30%.
E o que falar do acordo de gabinete do Governo com o próprio Governo (PROIFES), Sindicato pelego e sem representatividade nacional? Esse acordo revelou falta de respeito aos trabalhadores à própria educação por parte da liderança política brasileira.
Os estudantes em todo o Brasil apoiaram a luta dos trabalhadores da educação, pois também possuem a consciência dessa luta como sua, sentem na pele a falta de investimento, acompanham e admiram a luta de seus professores. Em Porto Velho os estudantes do IFRO e da UNIR também fizeram manifestação em apoio aos trabalhadores da educação e cobraram melhorias em ambas as instituições, como espaço físico adequado para a prática da educação física, acervo bibliográfico, mais recurso para a pesquisa, entre outros pontos importantes para suas vidas escolares e acadêmicas.


Não há como fechar os olhos para o que está acontecendo com a educação do nosso país, com o processo de desertificação de docentes, cada vez menos professores são formados para o mercado de trabalho, pois a carreira docente há muito já não atraente financeiramente.
Não queremos que o destino dos Institutos Federais e das Universidades seja a mecânica de funcionamento PRONATEC em respeito a contratação de professores ou a privatização do ensino superior, onde o jovem que queira uma profissão tenha que pagar ao governo por muitos anos depois de formados, como o que acontece no Chile, por exemplo.
Qual é a intenção do governo ao fechar os olhos para tão obvia e alarmante situação? O Brasil está perdendo seus professores que deixam de entrar na universidade e os que estão mudando de profissão, devido à necessidade de salário digno.
Fica aqui a reflexão do SINASEFE Seção Porto Velho, que deixa claro que sempre que houver injustiça contra seus filiados, contra nossos alunos, contra a educação e contra sua autonomia, não se calará. 

O SINASEFE acredita na Educação enquanto relação capaz de emancipação, enquanto instrumento para a transformação dos homens e do mundo, por isso, não fugirá à luta.

Obrigado a todos que estiveram conosco e que nos apoiaram direta ou indiretamente nessa jornada.
Um grande abraço do SINASEFE Seção Sindical Porto Velho.

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